segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Algumas coisas que eu tinha enlatadas na garganta


Oi. Te vi esses dias. Eu acho meio triste que você não se lembre de mim, na verdade. Eu sei que você tem amigos novos. Provavelmente, se diverte mais com eles. Mas por mísera consideração, você poderia fazer o favor de não fingir que não me vê quando eu aceno pra você na rua? Obrigada.

Oi. Não sei se você soube, mas andam falando bastante de você. Mil cobras venenosas soltas na sua direção. Cheguei a deixar algumas delas escapar, admito. Mas deitava na cama enquanto não estudo pro meu teste de biologia, comecei a pensar se eu e eles estávamos certos sobre você. Você não parece ser grossa, hipócrita ou escrota. Na verdade, gostei do vestido que você usou nessa foto. Gostei do comentário sarcástico que você fez na foto da sua amiga. Talvez a gente seja mais parecida do que achamos. Mas você vai entrar pra enorme lista de pessoas que eu queria conhecer, mas não vou, eu já prevejo. Insira um suspiro aqui.

Oi. Queria saber que merda se passa pela sua cabeça. Você adora fingir que não, mas eu te conheço. Sou obrigada a conhecer, né? Dez anos. E, enquanto você está ficando doidona em alguma festa, eu estou soluçando assistindo a algum musical. Mas nós somos parecidas. Porque essa não é você. Mas não somos iguais. Porque eu nunca fingiria ser alguém que nem você faz.

Oi. Quer me fazer o favor de parar? Por Deus, isso dói. Em você. Em mim. E eu quero te ajudar, mas eu não sei como. Eu nunca sei. 

Oi. Eu acho que a gente se daria bem. Pena que não foi pra frente. Nunca vai. Mas eu gosto de você. Das páginas que você curte, da estampa da sua mochila, do modelo do seu tênis. Mas acho que vai sempre ficar só por isso mesmo. Não tenho como saber se daria certo. Eu gostaria de ter.

Oi. Eu não sou uma stalker assustadora, juro. Talvez eu seja, mas não vou te destripar com uma caneta Bic descartável no meio da noite, sabe? Eu adoraria te conhecer melhor, mesmo que você seja legal demais pra mim. E mesmo que você provavelmente vá me achar insolente demais pra uma adolescente de dezesseis anos. Mas sua cabeça parece uma confusão tão grande e fascinante só pelas coisas que você posta pelo Facebook. Queria saber se você pensa mesmo naquele trecho do Renato Russo que postou ou no que vai ter pro jantar. Se for os dois, melhor ainda.

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