domingo, 1 de setembro de 2013

Tudo o que rolou em um ano


Há um ano atrás, eu era uma garota de quinze anos que repartia o cabelo ao meio, adorava suas camisetas com trocadilhos nerds e jogava RPG. Você era um garoto de dezesseis anos que desenhava mangás nas horas vagas, tinha um botton de Watchmen e jogava RPG. Hoje, graças a uma recente intervenção das minhas amigas, eu reparto o cabelo pro lado (e mexo nele de um jeito que você acha que é exclusivo de meninas nojentas; mas não tem problema, já que eu sou sua nojenta), gosto de vestidos rodados e ainda jogo RPG. Você desenha menos, descobriu o poder da Jaqueta de Couro (em sua glória de Letras Maiúsculas) e também joga RPG. Acho que, no fim, não faz sentido tentar achar mudanças em nós mesmos em um período tão curto de tempo, né? Se eu mudei, eu culpo você. Se não mudei, também te culpo. Afinal, de um ano pra cá você virou um pedaço tão grande da minha vida que eu entraria numa crise de identidade perturbadora se não tivesse seu colo pra me aninhar quando eu tenho crises de identidade perturbadoras.

Acho que uma das minhas coisas preferidas sobre você não tem nada a ver com o fato de você ser meu namorado. E mais com o fato de você ser meu melhor amigo. É muito legal a gente poder rir, chorar, desabafar, fazer piadinhas toscas, ter um cumprimento de mano e beijar a mesma pessoa, sabe? É um pacote completo. Bombril 1001 utilidades. Supre todas as necessidades emocionais de alguém. E acho que é por isso que dá tão certo, sabe? Porque, quando estou com você, não sinto falta de mais nada. Ou ninguém.

Há um ano atrás, eu tinha ido pra sua casa. Conhecido sua mãe. E, enquanto a gente estava dando uns amassos, eu perguntei se você queria namorar comigo. Na maior cara de pau do mundo! E mesmo que eu tivesse recusado quando você tinha me pedido em namoro, na semana anterior (mas eu tenho uma justificativa muito válida pra isso: era dia 26 de agosto. E eu odeio a sonoridade de qualquer dia de agosto. Fala sério, primeiro de setembro não é lindo?). Acho que é bastante óbvio que você disse sim. Eu estava usando a camiseta dos Beatles da minha irmã, que eu tinha comprado pra ela quando viajei pra Disney, e meus shorts listrados. Você usava a sua camiseta cinza com estampa de quadrinhos, que você usa até hoje. Um ano depois, eu uso meu pijama laranja do Mickey, e você, onde quer que esteja, está usando calça de moletom (porque eu te conheço). Meu cabelo ainda estava curto, e hoje ele chega no meu quadril. Você tinha zero pretensões de passar suas férias na Nova Zelândia. E aqui estamos. Um ano de brigas sobre arquitetura, subir na ponta dos pés pra te beijar e provocar o recalque das inimigas. 

Aqui estou eu, e aqui está você. Onde a gente sempre deve estar.


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