quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Nós não viemos por dinheiro… mas conseguimos.


Lorde. Não me venha com “Lorde who?” porque você com certeza conhece essa garota de 17 anos que conquistou o mundo num piscar de olhos. Você a conhece pelo seu hit single “Royals” e/ou pelas suas famosas declarações polêmicas sobre outros artistas. Engraçado como ela ganhou tantos fãs e tantos haters tão rápido, não? E eu vou te dizer uma coisa: ela mereceu. Lorde possui um talento incrível em tão pouca idade e suas músicas são infinitamente superiores a muitas de artistas muito mais velhos que ela. Claro que muitos podem não gostar, porque são de um estilo muito particular, mas o óbvio é que suas letras são extremamente profundas. E todas elas inteiramente escritas pela própria cantora que, com 16 anos (ela completou 17 recentemente, ainda tinha 16 antes mesmo de o álbum ser lançado), já consegue pensar em metáforas incríveis e complexas. Fiquei não exatamente surpreso, mas muito satisfeito quando fui ler a ficha técnica do Pure Heroine e vi que ela é a compositora de todas as músicas, junto com Joel Little, o produtor do álbum — ele produziu absolutamente todas as músicas sozinho (com exceção de “Buzzcut Season” e “A World Alone” que, surpresa, tiveram a participação de Lorde como produtora também). E, por falar em Joel Little, esse homem está de muitos parabéns. A produção do álbum é fascinante. Ainda não superei aquele êxtase da primeira vez que “Ribs” e fui dominado por aquele efeito binaural (quando o som fica passando de um ouvido pro outro no fone de ouvido) simplesmente de outro mundo. As músicas possuem um estilo uniforme mas ao mesmo tempo não se parecem nem um pouco uma com a outra.


O mais impressionante sobre Lorde é como uma garota tão simples e minimalista conseguiu se destacar na era do extravagante. Digo, olhe pra capa desse álbum! Sim, aquilo lá em cima é a capa do álbum! (Revoltante, não?) Esse ano vemos a performance polêmica de Miley Cyrus no VMA, a volta de Lady Gaga com seu looks — ainda que um pouco menos escandalosos — exóticos e de Katy Perry com suas performances grandiosas. E Lorde. Ela que alcançou o topo do Hot 100 da Billboard e morou lá por um bom tempo com uma música com nada além uma batida, um baixo e sua voz (harmonizada com maestria, diga-se de passagem). E o vídeo também, tão simples mas tão bom, conseguiu um grande destaque no YouTube esse ano. O engraçado mesmo é que um dos versos cantados por Lorde em “Royals” é “nós não viemos por dinheiro”, mas o single vendeu horrores. Sorte de principiante? Não, música de qualidade mesmo. Tanto que Lorde está indicada a quatro categorias do Grammy Awards, sendo bem provável que ela ganhe no mínimo duas, isso se não ganhar todas. Não resta dúvidas de que “Royals” é a música do ano, certo? Ou pelo menos a segunda melhor, de acordo com a revista Rolling Stone, ficando atrás apenas de “Get Lucky”, sucesso da dupla Daft Punk.


Diga o que quiser, mas Lorde é incrível. Suas músicas são incríveis. Seu sucesso é inacreditável. Você pode odiá-la por “falar mal” de outros artistas, mas o que ela faz não é nada além de dar sua opinião (muito bem baseada, aliás) sobre as pessoas quando ela é perguntada. Agora vamos parar o drama e começar a música? Antes de pronunciar o nome de Lorde novamente, ouça o álbum Pure Heroine por completo (com fones de ouvido, por favor!) e então estará livre para falar dela. Você pode não gostar, pode não fazer seu estilo, mas uma coisa é certa: não serão 40 minutos da sua vida perdidos à toa.

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