domingo, 22 de setembro de 2013

Plenitude


Tava ouvindo nossa valsa do amor hoje. Você lembra de como eu tava sentindo sua falta ontem, né? Às vezes, eu consigo ser tão independente emocionalmente quanto uma criança de três anos sentindo falta da mãe (te desejo boa sorte quando nós estivermos morando na mesma cidade, e eu te ligar pra reclamar de tudo o que acontece, desde a confusão na fila do banco até uma briga com o Pedro). Mas você me entende, porque eu sei que você também sente minha falta. E a gente fica nessa dança, nessa valsa de saudades berradas em caps lock no chat do Facebook. E eu fico me lançando em planos pra poder apertar suas bochechas de novo, passar uma tarde ouvindo música e comendo besteira (somos dois gordos) com você.

Enquanto isso, eu faço comentários bobos nas suas fotos e alimento com banquetes inteiros o bichinho da falta que você faz. Ai, que coisa boba. Você cresce tão rápido dentro de mim. E também cresce tão rápido quando eu tô longe (um ano de diferença, mas você ainda é meu bebê). Nesse meio-tempo, eu rio, boba, no meio da aula, por causa de alguma coisa que você disse mais cedo. Compartilho com você as vitórias mesquinhas do dia-a-dia, tipo o tombão que a inimiga sofreu ou o prêmio que minha cantora predileta ganhou. Você me xinga, eu te envergonho, a gente se ama. Todo dia. 

Acho mó legal como as pessoas, de tão longe, se tornam pilares da sua vida. Muitas vezes, elas nem sabem disso. Outras, elas sabem e se esforçam ao máximo para continuarem fortes e impedirem você de ruir. 

Enquanto eu sou uma adolescente de dezesseis anos esquecida num cantinho litorâneo do planeta, meu coração vai continuar a se apertar todas as vezes que eu pensar em um novo passeio que poderia fazer com você. Quando eu for uma universitária descolada morando no Rio de Janeiro, a gente vai sair nos fins de semana pra arrastar a bunda no chão de tanto dançar. Aí, sim, eu vou poder chamar tudo de plenitude.

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