quarta-feira, 10 de abril de 2013

Geração saúde?


Tenho certeza de que não sou a única que andou reparando na onda de saúde, exercício e tal que está dominando as redes sociais. Instagram, Tumblr, Facebook, Twitter (talvez, não sei, não tenho twitter), todos lotados com frases de motivação para malhar e fazer exercícios, fotos de saladas e comidinhas naturebas, notificações sobre o progresso de todo mundo no caminho para o corpo perfeito. Eu acho isso incrível, de verdade. Admiro quem consegue trocar a soneca da tarde por uma caminhada de dez quilômetros, ou trocar aquele hambúrguer com bacon por uma saladinha (sem tomate, porque tá caro. Ba dum tss), ou uma latinha de Coca gelada por um suco de chuchu com espinafre sem açúcar. Se você é um dos seguidores da Carol Buffara (ídolo e exemplo dessa tribo), eu só posso aplaudir de pé a sua força de vontade. Mas e a geração sofá e internet? Não tem o mesmo mérito? 

Não estou a fim de desestimular ninguém, de incentivar as pessoas a saírem da academia, largarem as frutas e passarem o dia comendo salgadinho e jogando videogame. Mas eu sou, sim, uma defensora da tese "cada um faz o que lhe fizer feliz". Se você se sente ótimo, contente e confiante depois de suar horrores na academia e comer um iogurte com granola, ótimo. Mas se você se sente igualmente feliz tirando uma soneca no sofá e comendo um pedação de bolo de chocolate, qual o problema? A vida é curta demais pra você passar meses e meses frequentando a ginástica para perder peso, quando você odeia se exercitar e se sente bem com sua aparência, mas só faz isso porque 1. todo mundo também faz 2. todo mundo diz que você precisa. A coisa mais bonita em uma mulher não é o bumbum durinho ou a barriga sequinha, mas sim a confiança. É clichê, mas é verdade! Quando você se achar bonita, os outros também vão te achar bonita, e você vai encontrar amigos e até um namorado que não dá a mínima para suas estrias ou seu percentual de gordura ou se você pede um milkshake de chocolate ao invés de um saudável suquinho de laranja.

Eu reforço de novo: esse texto não é contra as pessoas que se exercitam e levam uma vida saudável. É contra as pessoas que fazem isso não por gostarem ou se sentirem desconfortáveis com sua aparência, mas porque os outros se sentem desconfortáveis com ela. Que tal se, ao invés de geração saúde ou geração preguiça, fôssemos a geração confiança? Ou geração felicidade? Acho que, assim, nem nossos pais iam reclamar que nós estamos "perdidos".

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