Sinceramente eu não ligo que não sejamos um casal, eu não podia me importar menos com isso. Só me importo com o fato de querer te beijar todas as vezes que eu estou ao seu lado e muitas das vezes não poder. Mas essa frustração é compensada todas as vezes em que eu estou deitada na minha cama e você está do meu lado. Pode até ser que nós não nos apaixonemos nem agora e nem nunca - e nem quero que você me ligue quando estiver disponível não só de corpo, mas alma e coração também. Já é difícil demais te deixar ir sem amar você, não quero nem sonhar em te dar adeus tendo um sentimento real. Se agora é horrível um mês sem te ver, enquanto eu sou só um contato entre os tanto no meio da sua agenda telefônica - um que você sequer usa com frequência; imagina se fossemos tudo o que temos potencial para ser?
Verdade seja dita é que somos muito parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes. E que tudo isso só deu certo por ter acontecido na hora certa. Mas mesmo eu, que confio tanto no destino e que odeio tanto deixar passar possibilidades, fico me perguntando e se algumas coisas fossem diferentes? No final das contas, nós tivemos, e ainda temos, capacidade para tanto e mesmo assim não somos nada. Não fomos, não somos e não seremos. Por fim, em meio aos meus escritos mal formulados, pensamentos jogados ao vento e desabafos por muito tempo repreendidos, quero que deite nessa sua cama e lembre-se, além de uma de nossas noites juntos, de tudo o que poderíamos ser e não fomos. E que esse não seja um pensamento triste, e sim que, assim como nós para nós mesmos, seja indiferente - ariscando até uma leve felicidade, afinal podemos não ser nada, nós ainda estamos aproveitando nosso tudo particular.